21 janeiro, 2009

LENDA DA VITÓRIA RÉGIA

VITÓRIA RÉGIA

A vitória-régia (Victoria amazonica) é uma planta aquática da família das Nymphaeaceae, típica da região amazônica. Ela possui uma grande folha em forma de círculo, que fica sobre a superfície da água, e pode chegar a ter até 2,5 metros de diâmetro e suportar até 40 quilos se forem bem distruibuídos em sua superfície.

Sua flor (a floração ocorre desde o início de março até julho) é branca e abre-se apenas à noite, a partir das seis horas da tarde, e expelem uma divina fragrância noturna adocicado do abricó, chamada pelos europeus de "rosa lacustre", mantem-se aberta até aproximadamente as nove horas da manhã do dia seguinte. No segundo dia, o da polinização, a flor é cor de rosa. Assim que as flores se abrem, seu forte odor atrai os besouros polinizadores (cyclocefalo casteneaea), que a adentram e nelas ficam prisioneiros. Hoje existe o controle por novas tecnologias (adubação e hormônios)em que é possível controlar o tamanho dos pratos e com isso é muito usada no paisagismo urbano tanto em grandes lagos e pequenos espelhos d'água.

Outros nomes: irupé (guarani), uapé, aguapé (tupi), aguapé-assú, jaçanã, nampé, forno-de-jaçanã, rainha-dos-lagos, milho-d'água e cará-d'água. Os ingleses que deram o nome Vitória em homenagem à rainha, quando o explorador alemão a serviço da Coroa Britânica Robert Hermann Schomburgk levou suas sementes para os jardins do palácio inglês. O suco extraído de suas raízes é utilizado pelos índios como tintura negra para os cabelos.

Ela pode suporta o peso de um jacaré bebê.

LENDA DA MANDIOCA

A lenda da Mandioca

Em épocas remotas, a filha de um poderoso tuxaua
apareceu gravida. Quis ele punir o autor da desonra de sua filha
e para isto empregou rogos , ameaças e castigos. Tudo foi em vão
a filha dizia que nunca se ligara a homem algum. O chefe tinha
deliberado mata-la quando lhe apareceu em sonho um homem
branco que disse para não mata-la pois ela era inocente. Passado
o tempo da gestação , deu ela a luz a uma menina lindíssima e
branca, causando isto tanta surpresa que todas as tribos vizinhas
vinham vê-la. Deram-lhe o nome de Maní e ela andou e falou
precocemente. Passando um no morreu a menina sem ter
adoecido nem dado mostras de dor. Enterraram-na na própria
casa , segundo o costume do povo, descobriram a casa e regaram
a sepultura. Algum tempo depois brotou da cova uma planta
desconhecida por isso não a arrancaram. Cresceu, floresceu e
deu frutos. Os pássaros que comeram os frutos se embriagaram
e este fenômeno estranho , aumentou-lhes superstição pela planta.
A terra fendeu-se afinal; cavaram-na e julgaram reconhecer no
fruto que encontraram o corpo de Mani. Comeram-no e assim
aprenderam a usa-lo. O fruto recebeu o nome de Mani-oka que
significa casa de Mani. Que é a nossa Mandioca de hoje.

LENDA DO TAJÁ

Na passagem São Silvestre, no bairro da Cremação, há muitos anos, residia uma senhora conhecida como tia Nair, cujo hábito era colecionar as várias espécies de tajás. Em frente à sua casa, existia um belo exemplar de tajá Rio Negro, exposto em um vaso de barro, pintado de azul e colocado quase junto à porta de entrada principal da casa. Se alguém se aproximasse muito do vaso, ela falava:
__ Cuidado, saia daí! Não mexa no meu tajá. Que ele é “curado”!
Certo dia, a turma de Walter reuniu-se em frente à mercearia na esquina para o costumeiro bate-papo e ocorreu uma aposta:
__ É o seguinte, Bolota: eu e o Tonhão apostamos que não és capaz de ir à casa da tia Nair e trazer o vaso que ela tem na porta da casa, aquele que tem o tajá Rio Negro.
__ E eu, o que ganho com isto?
__ Cada um dá um real, certo, turma?
Os rapazes responderam que sim, imaginado Bolota sair correndo com umas vassouradas nas costas, dadas pela tia Nair.
Bolota imediatamente levantou-se e dirigiu-se para a Passagem, que estava iluminada precariamente pelos raios da lua, parcialmente encoberta por nuvens. O rapaz desapareceu em direção à casa de tia Nair. De repente, a conversa parou, e o silêncio tornou-se pesado.
E daí a minutos, os gritos apavorados de Bolota:
__ Socorro! Socorro!
Os rapazes, vendo que seus gritos não podiam ser de medo de tia Nair, levantaram-se. Mas, antes que acorressem em seu auxílio, chega Bolota, cansado da pequena carreira, suando frio e dizendo:
__ Um homem! Um homem apavorante! Venham, vamos lá.
Todos reunidos foram ao local, pensando tratar-se de um ladrão. Um dos rapazes, que portava uma lanterna, focou-a na direção da casa da tia Nair. A luz bateu em cheio no tajá Rio Negro. Mas nada viram de anormal.
Mas Bolota exclamava:
__ Não é possível! Ele estava aqui, agora mesmo.
E contou que, ao aproximar-se da casa de tia Nair, quando ia segurar o vaso, viu-se frente a frente com um gigantesco caboclo de olhos flamejantes. Os rapazes olharam com certo receio, enquanto Bolota, tremendo dizia:
__ Mas ela estava aqui ainda agora! Não podia ter sumido.
A turma se desfez, cada um voltou para sua casa e nunca mais se aproximaram do vaso da tia Nair.

LENDA DO PIRARUCU

Pirarucu era um índio que pertencia a tribo dos Uaiás que habitava, há muito anos, no sudoeste da Amazônia. Ele era um bravo guerreiro mas tinha um coração perverso, mesmo sendo filho de Pindarô, um homem de bom coração e também chefe da tribo. Pirarucu era cheio de vaidades, egoísmo e excessivamente orgulhoso de seu poder.
Um dia, enquanto seu pai fazia uma visita amigável a tribos vizinhas, Pirarucu se aproveitou da ocasião para tomar como refém índios da aldeia e executá-los sem nenhum motivo. Pirarucu também adorava criticar os deuses.
Tupã, o deus dos deuses,observou Pirarucu por um longo tempo, até que cansado daquele comportamento, decidiu punir Pirarucu. Tupã chamou Pólo e ordenou que ele espalhasse seu mais poderoso relâmpago na área inteira. Ele também chamou Iururaruaçú, a deusa das torrentes, e ordenou que ela provocasse as mais fortes torrentes de chuva sobre Pirarucu, que estava pescando com outros índios, não muito longe da aldeia. O fogo de Tupã foi visto por toda a floresta. Quando Pirarucu percebeu as ondas furiosas do rio e ouviu a voz enraivecida de Tupã, ele somente as ignorou com uma risada e palavras de desprezo. Então Tupã enviou Xandoré, o demônio que odeia os homens, para atirar relâmpagos e trovões sobre Pirarucu, enchendo o ar de luz. Pirarucu tentou escapar, mas enquanto ele corria por entre os galhos das árvores, um relâmpago fulminante enviado por Xandoré acertou o coração do guerreiro que mesmo assim ainda se recusou a pedir perdão.
O corpo de Pirarucu, ainda vivo, foi levado para as profundezas do rio Tocantins e transformado em um gigante e escuro peixe, ele desapareceu nas águas e nunca mais retornou.
Todos aqueles que se encontravam com Pirarucu correram para a selva terrivelmente assustados.

LENDA DA CUNHÃ E O MARUPIARA

Lenda da Cunhã e o Marupiara

Existia na selva amazônica um casal indígena que morava próximo a um lago. Ela era a cunhã e ele o Marupiara. Cunhã cuidava da casa e ele gostava de pescar e caçar pela floresta repleta de animais e peixes deliciosos.

O casal era muiro feliz, eles se amavam e se cuidavam muito. Sempre que podia Marupiara convidava cunhã para passear pela floresta.

Um dia o sol estava bonito e ele a convidou para ir pescar . Ela, feliz por poder ficar ao lado do amado, aceitou prontamente. Mas, algo inesperado aconteceu. Eis que o céu se fecha rapidamente enquanto eles pescavam no meio do lago.

Marupiara ficou assustado com a força da natureza. Vendo o céu negro e o vento aumentando rapidamente pediu que Cunhã o ajudasse a levar a canoa para a margem da floresta. No entanto, a margem do rio estava muito longe e eles teriam que remar muito, muito...

Eles remavam rapidamente, mas com a fúria das águas, os remos caíram na água. Cunhã se desesperou e abraçada a Marupiara perguntava a ele:

_ O que será de nós, Maru, querido?

- Sossega, mulher, sossega. Eu estou aqui e nada de mal vai acontecer.

O céu rugia furioso, cortado pelos grandes raios e, abraçada ao marido, a cunhã rezava e pedia a Tupã que os protegesse. No entanto, a tempestade tornava-se cada vez mais violenta e mesmo assim, o barco conseguiu chegar até a margem. O Casal tocou o chão e ficou abraçado. Ele, cheio de medo, mas com muito amor, tentava proteger a amada da água e dos raios que

Era tarde porém. Um raio enorme os atingiu e o casal morreu de forma fulminante.

A natureza, no entanto, cúmplice daquele amor, transformou Cunhã na palmeira uricuri, palmeira cheia de graça e que enfeita as matas amazônicas. Ele se fez apuí, cipó bonito que abraça.

Assim, em memória do casal que morava junto ao lago, sempre unidos estão a uricuri e apuí, representando cunhã e marupiara, que mesmo na desgraça nunca se separaram.

LENDA DO PIRARUCU

Lenda Amazônica do Pirarucu

Pirarucu era um índio que pertencia à tribo dos Uaiás. Era um bravo guerreiro, mas tinha um coração perverso, mesmo sendo filho de Pindarô, um homem de bom coração, chefe da tribo. Egoísta e cheio de vaidades, Pirarucu adorava criticar os deuses e aproveitou a ausência do pai para tomar índios da sua tribo como reféns e executá-los sem nenhum motivo.

Tupã, o deus dos deuses, decidiu puní-lo chamando Pólo para que espalhasse o seu mais poderoso relâmpago. Também convocou Iururaruaçu a deusa das torrentes, e ordenou que provocasse a mais forte tempestade sobre Pirarucu, quando estava pescando com outros índios às margens do Rio Tocantins.

O fogo de Tupã foi visto por toda floresta. Pirarucu tentou escapar, mas foi atingido no coraçao por um relâmpago fulminante. Todos que se encontravam com ele correram para a selva assustados. O corpo de Pirarucu, ainda vivo, foi levado para as profundezas do Rio Tocantins e transformado em um gigante e escuro peixe. Acabou desaparecendo nas águas e nunca mais retornou, mas por um longo tempo aterrorizou toda a região.


www.portalamazonia.com
30.09.2005-GC

23 abril, 2008

DIA DAS MÃES NO BRASIL

No Brasil

O primeiro Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.


Texto compilado das seguintes fontes:
http://www.terra.com.br/diadasmaes/odia.htm

29 setembro, 2007

LENDA DA LUA


Manduka namorava sua irmã. Todas as noites ia deitar com ela, mas não mostrava o rosto e nem falava, para não ser identificado. A irmã, tentando descobrir quem era, passou tinta de jenipapo no rosto de Manduka.
Manduka lavou o rosto, porém a marca da tinta não saiu. Então ela descobriu quem era. Ficou com vergonha, muito brava e chorou bastante. Manduka também ficou com vergonha pois todos passaram a saber o que ele havia feito.
Então, Manduka subiu numa árvore que ia até o céu. Depois, ele desceu e foi dizer aos Jurunas que ia voltar para a árvore e que não desceria nunca mais. Levou uma cotia pra não se sentir muito só. Aí virou lua.
É por isso que a lua tem manchas escuras, por causa do jenipapo que a irmã passou em Manduka. No meio da lua, costuma aparecer uma cotia comendo coco. É a outra mancha que a lua tem.

A FLORESTA

Um lenhador percorre há anos a mesma floresta. Diariamente, ele observa com cuidado as árvores e cada detalhe da mata que fazem com que seu trabalho seja o mais produtivo possível. E, assim, ele vai ganhando a vida com determinação e paciência.

Certo dia o lenhador encontra um sábio meditando na floresta, e os dois começam a conversar. O lenhador resolve contar o quão difícil é seu trabalho diário, sua cansativa rotina de cortar lenha, carrega-la até a cidade e encontrar um comprador para conseguir algum dinheiro.

Durante a conversa, o sábio pergunta se ele conhece toda a floresta. O rapaz lhe responde:

- Mais ou menos...

O sábio então lhe diz:

- Avance, meu filho, existem muitos tesouros esperando por você!

Durante anos, quando os dois se encontram, a saudação do mestre é sempre a mesma:

- Avance, ainda existem muitos tesouros esperando por você!

Certa vez, o lenhador, diferentemente dos dias anteriores, decide seguir os conselhos do sábio e entra na floresta, numa área ainda não explorada.

Ele olha ao redor e fica maravilhado. Tudo o que vê é diferente, os animais, as árvores e as flores. Para sua surpresa, ele encontra uma mina de prata. Apanha um pouco de metal e, com a venda, consegue dinheiro suficiente para sobreviver uma semana.

Todas as semanas ele vai até a floresta, feliz com a mina de prata. Agora tudo de que precisava era trabalhar uma vez por semana. Porém sempre que encontrava o sábio, ele sorria e dizia:

- Avance, ainda existem muitos tesouros esperando por você.

Até que um dia resolveu aceitar a provocação do mestre e foi além da mina de prata, passando por outras vegetações e , de repente, se deparou com uma mina de ouro. Extraiu o quanto pôde do valioso minério e depois vendeu no mercado da cidade. Era a maravilha das maravilhas, pois tinha dinheiro para um ano de vida.

Todos os anos, o ex-lenhador ia até a floresta, feliz com a mina de ouro. Agora só precisava trabalhar uma vez por ano. Porém, sempre que encontrava o sábio, este sorria e dizia:

- Avance, ainda existem muitos tesouros esperando por você.

O ex-lenhador mostrava-se muito tranqüilo, pensando que já tinha conseguido tudo o que poderia imaginar. Até que novamente resolveu aceitar a provocação do mestre e foi além da mina de ouro, chegando até um local de beleza surpreendente, onde encontrou uma de diamantes. Pegou a pedra mais linda que encontrou, levou-a até a cidade e conseguiu dinheiro para nunca mais ter de trabalhar.

Muitos anos mais tarde, contando para seu filho a história da sua riqueza, ouviu a seguinte pergunta:

- Pai, por que você continua indo à floresta todos os dias, mesmo sem precisar mais de dinheiro?

O velho olhou-o com ternura e sorrindo disse:

- Eu gosto de pensar que sempre existe um novo tesouro para encontrar!

LENDA DA CESTARIA


Há muitos e muitos anos, na profundeza do Rio Paru de Leste, afluente do Amazonas, e mais precisamente na divisa com o rio Axiki, vivia a serpente Tuluperê, conhecida popularmente como a cobra-grande.

Ela tinha um comprimento fora do comum. A pele, desde a cabeça até o final do corpo, apresentava as cores vermelha e preta. E reunia características da sucurijue da jibóia. Tuluperê virava embarcações que navegavam nas águas dessa divisa e, quando conseguia pegar uma pessoa, apertava-a até matar e delas e alimentava.

Um dia, os índios da nação Wayana, da família lingüística Karib, com a ajuda do Xamã, líder religioso, conseguiram matar Tuluperê, depois que a atingiram com muitas flechas. Nessa ocasião, viram os desenhos da pele da cobra-grande, memorizando-os. A partir daí, passaram a reproduzi-los em todas as suas peças de cestaria.