Na passagem São Silvestre, no bairro da Cremação, há muitos anos, residia uma senhora conhecida como tia Nair, cujo hábito era colecionar as várias espécies de tajás. Em frente à sua casa, existia um belo exemplar de tajá Rio Negro, exposto em um vaso de barro, pintado de azul e colocado quase junto à porta de entrada principal da casa. Se alguém se aproximasse muito do vaso, ela falava:
__ Cuidado, saia daí! Não mexa no meu tajá. Que ele é “curado”!
Certo dia, a turma de Walter reuniu-se em frente à mercearia na esquina para o costumeiro bate-papo e ocorreu uma aposta:
__ É o seguinte, Bolota: eu e o Tonhão apostamos que não és capaz de ir à casa da tia Nair e trazer o vaso que ela tem na porta da casa, aquele que tem o tajá Rio Negro.
__ E eu, o que ganho com isto?
__ Cada um dá um real, certo, turma?
Os rapazes responderam que sim, imaginado Bolota sair correndo com umas vassouradas nas costas, dadas pela tia Nair.
Bolota imediatamente levantou-se e dirigiu-se para a Passagem, que estava iluminada precariamente pelos raios da lua, parcialmente encoberta por nuvens. O rapaz desapareceu em direção à casa de tia Nair. De repente, a conversa parou, e o silêncio tornou-se pesado.
E daí a minutos, os gritos apavorados de Bolota:
__ Socorro! Socorro!
Os rapazes, vendo que seus gritos não podiam ser de medo de tia Nair, levantaram-se. Mas, antes que acorressem em seu auxílio, chega Bolota, cansado da pequena carreira, suando frio e dizendo:
__ Um homem! Um homem apavorante! Venham, vamos lá.
Todos reunidos foram ao local, pensando tratar-se de um ladrão. Um dos rapazes, que portava uma lanterna, focou-a na direção da casa da tia Nair. A luz bateu em cheio no tajá Rio Negro. Mas nada viram de anormal.
Mas Bolota exclamava:
__ Não é possível! Ele estava aqui, agora mesmo.
E contou que, ao aproximar-se da casa de tia Nair, quando ia segurar o vaso, viu-se frente a frente com um gigantesco caboclo de olhos flamejantes. Os rapazes olharam com certo receio, enquanto Bolota, tremendo dizia:
__ Mas ela estava aqui ainda agora! Não podia ter sumido.
A turma se desfez, cada um voltou para sua casa e nunca mais se aproximaram do vaso da tia Nair.
21 janeiro, 2009
LENDA DO TAJÁ
Postado por PROFa. EVELISE NASCIMENTO às 20:04
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